Queria ver o mundo sem questionar muito , mas me é impossível ser assim.
Desde
que me lancei na minha vivência artística, tive que caminhar para
dentro de mim e esse caminho, me leva a construir uma sinceridade
interna que se reflete também fora de mim. E aí não dá mais como
fingir que algo não acontece, aqui dentro ou lá fora!
E
um dia, lá estava eu assistindo a um quarteto da filarmônica de
Berlim. Ou melhor, tentando. O som estava baixo , não podiam
"atrapalhar" quem estava jantando e conversando.
Fui
pra frente. Colei no quarteto e quantas sensações eu experimentei no
meu peito , no meu corpo e quando dei por mim , eu tinha um sorriso
estampado no meu rosto.
Por que perdemos tanto tempo nos distraindo se a cura está em colocar nossos 5 sentidos a disposição da vida, da nossa vida?
Eu te ofereço a filarmônica de Berlim , mas mantenho o som baixo . Faz algum sentido isso? Parecia fazer!
Quando
o pianista se levantou e perguntou se as pessoas estavam ouvindo bem,
todo mundo disse que estava. Eu fui a única a dizer: "Por favor aumente o
som , preciso ouvir , preciso sentir!"
E
no dia seguinte era a vez da Claudia Leite. Preciso dizer que altura
estava o som? Por que os sons não são os mesmos, na mesma medida?
"Alguma coisa está fora da ordem , fora da ordem mundial".